Sendo assim, vamos começar pelo começo... as definições e variações dos bottons.
PRINCIPAIS TIPOS DE BOTTOM
O QUE É?
Segundo a definição do dicionário Merriam-Webster:
bot.tom \’bä-təm \
1. parte mais baixa (de um contêiner, do mar), fundo
2. traseiro
No BDSM, bottom é o parceiro que assume o papel de recebedor das práticas, e.g. bondage, disciplina, humilhação, dominação, sadomasoquismo, etc.
O termo tem origem na comunidade gay, significando o parceiro receptivo, o que está por baixo.
O QUE FAZ?
Como a definição já conclui, o papel do bottom é receber as ações praticadas pelo Top.
De acordo com a enciclopédia online da London Fetish Scene, o bottom é, geralmente, o parceiro que dá as instruções, i.e., eles indicam ao Top o que pode acontecer e em que momentos podem acontecer. Isto pode sofrer variações em uma ampla escala de “quantidade de comandos recebidos pelo bottom”, que definirá sua classificação.
É importante ressaltar que NEM TODO BOTTOM É SUBMISSO AO TOP.
TIPOS DE BOTTOM
NO BONDAGE/SHIBARI(KINBAKU)
Os nomes podem variar de acordo com a ênfase no tipo de restrição.
Cativo – É a pessoa que está amarrada, acorrentada ou aprisionada.
Prisioneiro – É o termo preferencial em casos onde o foco seja o aprisionamento ao invés da contenção direta.
Vítima – É a definição dada em situações onde a ênfase é dada aos castigos sofridos pelo bottom contido.
Dorei – A tradução literal significa “escravo”. Dorei são bottoms do Shibari/Kinbaku, mas diferenciam-se dos bottoms do bondage na questão da servidão. Doreis pertencem ao Kinbakushi/shibarista e estão ali para servir ao propósito do artista das cordas, seja este qual for.
Nenhum destes termos significa que a pessoa está relutante ou de má vontade, ou seja, estes termos DEVEM SER APLICADOS APENAS em situações de CONSENSUALIDADE.
NA DISCIPLINA
Brat – A tradução literal de brat seria algo próximo de pirralho, no sentido pejorativo da palavra. No BDSM, brats são bottoms que têm por hábito responder, desafiar, serem consideravelmente desobedientes, mas sem faltar com o respeito. Brats jamais se submetem. O Objetivo é ser subjugado. Ao contrário do que se pensa, não é uma busca por atenção, mas sim algo que poderia ser lido, de maneira mais simplista como um "Mande se puder. Conseguiu? Vamos ver por quanto tempo". O que é, aparentemente, uma péssima qualidade pra um submisso, pode, na verdade, divertir alguns Tops – dadas as devidas proporções – e ser um componente importante na relação envolvendo a troca de poder.
NA DOMINAÇÃO
Submisso – Também chamado pela forma abreviada “sub”, é um termo que define uma pessoa que abriu mão do próprio controle e se satisfaz com essa entrega. Submissos podem variar no grau de seriedade, treinamento e situação que assumem e se encontram. Pode ser motivado pelo alívio da responsabilidade, busca por uma sensação de segurança, tornar-se um objeto de atenção e afeição, excitação sexual proveniente de humilhação e até mesmo para demonstrar resistência e perseverança.
Também podem variar no aprofundamento da interação na play, na frequência das plays e até mesmo se consideram o papel de submissão uma questão de plays ou não.
É um termo que pode definir estritamente um bottom na relação de dominação e submissão ou pode ser utilizado de maneira mais generalista para situações variadas onde o bottom abdica dos direitos de tomar as próprias decisões. Todos os termos inclusos na categoria “Dominação” podem ser considerados submissos.
Alpha Sub – é uma posição que só pode existir quando um dominador tem mais de um submisso. Neste caso, o Alpha sub é o submisso a quem é garantido mais respeito e, consequentemente, um certo poder sobre os outros submissos. Geralmente é o submisso mais antigo, mas isso não é uma regra.
Escravo – O ponto extremo da submissão. É tido como “ponto de conhecimento geral” o fato de que, em comparação com subs, escravos entregam o controle mais amplamente ao Dono – ou Mestre. Escravos geralmente não têm, após a negociação, o direito de renegociar, bem como o controle da hora de forçar a barreira dos limites – estes são, por sua vez, definidos pelo dono.
Do ponto de vista do comportamento, escravos costumam ser privados de se sentarem ao mesmo nível do dono, mantendo-se geralmente ajoelhados ou sentados no chão, aos pés do dono.
É comum a citação de que escravidão é um estilo de vida e que escravos não o são por opção, mas por uma necessidade interna que só é saciada pela servidão inconteste.
Escravos geralmente não fazem uso de safeword, dando a concessão absoluta de controle para o dono.
Escravos também podem ser “classificados” (num sentido bem amplo da palavra) em categorias de função: utilitários e/ou sexuais. Sendo o primeiro, um tipo de escravo que realiza tarefas sem conotação sexual, independente da vestimenta – ou ausência da mesma – como escravos domésticos, que são o tipo mais comum e têm como tarefas básicas a manutenção da residência do dono, limpeza, etc. O segundo tipo, realiza tarefas puramente sexuais, sejam estas com o dono ou não, de acordo com a ordem deste, óbvio.
É importante salientar que escravidão não é, necessariamente uma Relação TPE (Total Power Exchange) e o escravo pode – ou não – residir com o dono, bem como pode – ou não – ter um trabalho fora do relacionamento, estudar, se manter e tomar conta das próprias finanças.
Cabe reforçar também que escravidão, no sentido basal da palavra, é terminantemente proibida por lei e rejeitada moralmente. Escravidão no âmbito do BDSM é um comportamento consensual, sendo vedado ao escravo o direito irrevogável de entregar a coleira e sair do relacionamento a qualquer momento (alguns consideram que este é o único direito real do escravo).
Pet – São considerados por alguns como um nível mais profundo de escravidão, onde o bottom abandona o comportamento humano e passa a agir como um animal. Os mais comuns são canídeos (cães, lobos, raposas), felídeos (gatos, tigres, leões) e equídeos (cavalos e pôneis). Este último pode ainda ser dividido em 3 categorias:
Pôneis de carroça – geralmente são atrelados a uma pequena carroça onde o dono se posiciona para ser puxador pelo pet.
Pôneis de montaria – São montados pelos donos e os levam – tanto sobre 2, quanto sobre 4 pernas – na parte posterior das costas ou nos ombros.
Pôneis de exibição – São apenas para exibição de vestimenta ou de adestramento.
SAM (Smat-ass masochist) – Literalmente, Masoquista espertinho. É o submisso que também é masoquista e exibe um comportamento ruim (e.g. sarcasmo, responder, desobedecer) de maneira a receber atenção e se fisicamente castigado posteriormente.
Baby e Little – São bottoms do infantilismo, uma subvertente do Age Play.
Enquanto Babies retratam, literalmente, bebês e usam fraldas, chupam chupetas, desenvolvem uma linguagem (ou falta dela) própria, Littles retratam crianças pequenas, geralmente acabam definindo para si uma idade específica e regulam seu comportamento de acordo com tal.
NO SADOMASOQUISMO
Masoquista - É alguém que gosta de sentir dor, geralmente num âmbito sexual. É um tipo de bottom que, quando exclusivamente masoquistas, se recusam a se submeter, buscando apenas a relação S/M. Masoquistas extremos apresentam uma fisiologia diferenciada quanto à descarga hormonal liberada durante as práticas que envolvem dor. Os níveis de testosterona tendem a cair vertiginosamente, enquanto a adrealina e endorfinas - que causam prazer e podem, literalmente, viciar - são liberadas volumosamente na corrente sanguínea, provocando um estado de euforia e prazer, assim como a percepção do ácido láctico na musculatura, que causa a mesma sensação de prazer de alguém que acabou de sair da academia.
Existem ainda outros hormonios, como serotonina e melatonina que podem ser liberados em situações emotivas ou estressantes, o que, quando bem trabalhado, pode ser uma forma de reforço positivo que levarão à busca pela repetição de tais sensações.
(texto do blog http://dilemasdeumdominiciante.blogspot.com.br)
E você? Que tipo de bottom você é?
Yuri K.
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